Sinta-se beijado(a)

A língua é o único músculo que diz a que veio. Eu falo o que penso, eu conto o que vejo, eu compartilho o que gosto, eu exponho meu modo eu me mostro. É um espaço meu, seu, é universal assim como o Beijo! Fique a vontade e divirta-se!

26 de out. de 2011

Burlesque!

Sabe a Christina Aguilera? Pois então eu nunca gostei dela, da música dela, da cara dela, do trabalho dela, dela em si, ainda mais depois de ver o quanto ela é nojenta na vida real, numa entrevista aqui no Brasil. Mas ontem isso mudou um pouquinho, assisti o filme Burlesque com ela e a diva CHER, o filme é suave, com uma história já batida, mas que cativa e te leva até o fim feliz de ter assistido o musical. É a história de “Ali” (Christina Aguilera) uma jovem com uma bela voz que sai de Iowa para buscar os sonhos em Los Angeles. Por acaso, ela chega a um teatro incrível o The Burlesque Lounge, onde está sendo exibido um musical. Ali é contratada como garçonete, os fantásticos figurinos de Burlesque e a coreografia ousada conquistam Ali, que promete um dia, subir ao palco do teatro. Por trás de todo o sucesso do clube está a maravilhosa CHER, que faz Tess a proprietária que está com problemas financeiros, prestes a perder o clube, tendo a única opção de vender pra um ricasso e perder seu amado espaço. Enfim, a história é bonitinha, convence e o brilho do filme está nas cenas musicadas, cantadas por Aguilera e Cher. Foi bom assistir e mudar de opinião, sem falar que há cenas em que ela está deslumbrante. E ver a diva mór CHER aos 65 anos em cena, linda, poderosa é bom demais. Apertei o play odiando Christina Aguilera e apertei o stop tendo simpatia pela moça.



Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=pBb6xpw-1Og&feature=player_embedded

24 de out. de 2011

Dj Claudinha Set ElectroPOP

Alô blogueiros, bom quem frequenta o blog sabe que eu sou Dj e hoje gravei um set, bem POP, bem balada, pra ferver, pra divulgar meu trabalho e quem gostar dança aí!

Dj Claudinha Set ElectroPOP by Claudinha Bartholo

beijos

19 de out. de 2011

Elo - Maria Rita

Num lindo dia em outro verão me apresentaram uma novata no cenário da música brasileira, a filha de Elis, hoje a única em meus ouvidos e minha cantora favorita, Maria Rita. Comprei todos os álbuns, escutei, decorei todas as letras e quando canto ao vento alguma coisa, na certa é ela. Fiz até um show nos meus tempos áureos de cantora em Rio Branco, (onde pretendo voltar fica a dica hehe) com metade do repertório sendo de canções da Diva.

Tô sempre ligada em tudo que a maravilhosa faz, e lançando um novo álbum não podia esperar nem um minuto pra comprar, assim o fiz. Chega ELO um álbum que faz lembrar muito dos outros 3 trabalhos, está entre a MPB classuda, o sambinha e aquelas onde a voz é sempre o que se ouve com mais brilho, com a formação de piano, baixo, bateria e voz, Elo vem em forma de presente aos fãs. As músicas escolhidas por amor, vontade de cantar e outras cositas mas, dentre as mais conhecidas estão: Menino do Rio (Caetano), A história de Lilly Braun (Chico Buarque), Nem um dia (Djavan), A outra (Los Hermanos) e Coração em desalinho que fez muito sucesso recentemente na novela Insensato Coração. Lindo, maravilhoso, gostoso de ouvir, uma viagem por músicas que fizeram tanto sucesso e agora na voz que considero a mais bonita do Brasil, está simplesmente uma preciosidade esse álbum, como todos os outros.
No encarte ao invés das letras, uma explicação do porque escolheu cada canção, uma forma de criar intimidade abrindo seu coração com quem levar o CD ELO pra casa. Frases como: “Cantarolo essa música pelos cantos da minha casa há anos, recomendo pras amigas doídas de amor. Entrou no show por amor que tenho ao Camelo: minha alma pede as composições dele. É vicio já.” Referente à música A OUTRA, dos Hermanos. Eu já comprei, já decorei mais essas letras também, o dia que fizer outro show certamente algumas desse álbum entrarão.

15 de out. de 2011

Drama queen!

Fiquei doente meio gripada, garganta ruim desde quinta, não tive força pra mais nada, só cama, medicamentos e muito tempo pra pensar na vida. Hoje é sábado e não tem momento mais solitário do que ficar doente, longe de casa, da família, do calor dos entes queridos, aqui tudo é tão frio. De um modo geral essa cidade é fria, climáticamente falando, pessoalmente falando e tudo mais falando. Quando só te resta ficar em casa, no frio, debaixo da coberta, tomando remédio e esperando a melhora total, a solidão fica maior do que a gente pode suportar.
Tenho pensado muito em como é difícil viver longe de tudo que eu amo, e nessa de cama e pijama vira um martírio. Mas não tem nada a ver com não gostar de morar em SP, pelo contrário é a melhor coisa da minha vida, amo essa cidade, amo meu companheiros de cotidiando aqui, realmente amo essa vida e vai fazer uma enorme diferença no meu futuro viver essa cidade por um tempo, que seja suficiente.
Mas um draminha de quem tá há 2 dias na cama no sábado a noite nem é tão ruim assim vai.

10 de out. de 2011

Mildred Pierce, uma descoberta!

Esses dias zapeando parei num canal que estava transmitindo o Emmy (aquela premiação dos programas televisivos, sitcoms e tal) como sou fã das séries americanas fiquei vendo quem estava por ali concorrendo com o quê, etc. Me deparei com Kate Winslet num vestido vermelho deslumbrante, tenho minha paixão por essa moça, bom aí ela me surge ganhando o prêmio de melhor atriz, por uma minissérie americana de título até então desconhecido pra mim. Mildred Pierce era o nome e no tempo que acompanhei a transmissão a tal série concorreu a vários prêmios e levou alguns, pronto estava instalada a minha curiosidade absoluta pela série. Anotei o nome e procurei por ela no dia seguinte.
Achei num site, capturei todos os capítulos e comecei a assistir, uma série curta em 5 partes com duração de 60 a 70 minutos cada, mas que série boa, envolvente. Me apaixonei mais uma vez pela Kate Winslet, amei a atuação do Guy Pearce e fiquei em choque com a Evan Rachel Wood que está incrível no papel de Veda, filha de Mildred. Eu já acompanhava a mesma em True Blood, mas a Rainha dos vampiros morreu no fim da última temporada.


Bom e Mildred Pierce? Uma série forte, impecável, a história gira em torno de Mildred, uma mulher enfrentando o divórcio em plena Grande Depressão americana nos anos 30, e tendo que sustentar duas filhas; Moire e Veda. Mildred é determinada vende bolos e tortas sob encomenda, tem muito talento na cozinha e se vira como pode para não deixar as filhas sofrerem com os problemas financeiros da família. Sua luta chega ao limite e ela é obrigada a aceitar um emprego de garçonete num restaurante o que lhe deixa muito desconfortável diante das filhas, da sociedade, e o status de mulher de classe média onde fica? Isso tudo a faz esconder o trabalho das meninas. Mas Veda, a sua filha mais velha, não perde uma oportunidade de humilhá-la ainda mais quando descobre que ela é uma simples empregada.
É o início de um conflito sem fim e sem justificativa alguma, mas, determinada, Mildred não desiste enquanto não se emancipar e montar seu próprio restaurante, ela faz da sua experiência como garçonete um verdadeiro laboratório de como ter um negócio. Entre muitas coisas que acontecem na vida dessa mulher batalhadora pode se dizer que toda sorte vem carregada de muita dor e ela sempre se levanta.
“Pro inferno, vamos tomar umas” é com essa frase que a série termina em mais um momento onde só resta se reerguer!
E ela tá certa, as vezes mandar tudo pro alto, e tomar 'uma' resolve!!!
Fica a minha dica especialíssima pra quem gosta de um bom drama e vale pela Kate Winslet que está sensacional como a protagonista Mildred Pierce!

2 de out. de 2011

Manifesto Antropófago

Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.

Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.

Tupi, or not tupi that is the question.

Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.

Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.

Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.

O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.

Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.

Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.

Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.

Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.

Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.

A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.

Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Ori Villegaignon print terre. Montaig-ne. O homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução Bolchevista, à Revolução Surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling. Caminhamos..

Nunca fomos catequizados. Vivemos através de um direito sonâmbulo. Fizemos Cristo nascer na Bahia. Ou em Belém do Pará.

Mas nunca admitimos o nascimento da lógica entre nós.

Contra o Padre Vieira. Autor do nosso primeiro empréstimo, para ganhar comissão. O rei-analfabeto dissera-lhe : ponha isso no papel mas sem muita lábia. Fez-se o empréstimo. Gravou-se o açúcar brasileiro. Vieira deixou o dinheiro em Portugal e nos trouxe a lábia.

O espírito recusa-se a conceber o espírito sem o corpo. O antropomorfismo. Necessidade da vacina antropofágica. Para o equilíbrio contra as religiões de meridiano. E as inquisições exteriores.

Só podemos atender ao mundo orecular.

Tínhamos a justiça codificação da vingança. A ciência codificação da Magia. Antropofagia. A transformação permanente do Tabu em totem.

Contra o mundo reversível e as idéias objetivadas. Cadaverizadas. O stop do pensamento que é dinâmico. O indivíduo vitima do sistema. Fonte das injustiças clássicas. Das injustiças românticas. E o esquecimento das conquistas interiores.

Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros. Roteiros.

O instinto Caraíba.

Morte e vida das hipóteses. Da equação eu parte do Cosmos ao axioma Cosmos parte do eu. Subsistência. Conhecimento. Antropofagia.

Contra as elites vegetais. Em comunicação com o solo.

Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do Império. Fingindo de Pitt. Ou figurando nas óperas de Alencar cheio de bons sentimentos portugueses.

Já tínhamos o comunismo. Já tínhamos a língua surrealista. A idade de ouro.

Catiti Catiti

Imara Notiá

Notiá Imara

Ipeju*

A magia e a vida. Tínhamos a relação e a distribuição dos bens físicos, dos bens morais, dos bens dignários. E sabíamos transpor o mistério e a morte com o auxílio de algumas formas gramaticais.

Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Mathias. Comia.

Só não há determinismo onde há mistério. Mas que temos nós com isso?

Contra as histórias do homem que começam no Cabo Finisterra. O mundo não datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César.

A fixação do progresso por meio de catálogos e aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de sangue.

Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.

Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um antropófago, o Visconde de Cairu: – É mentira muitas vezes repetida.

Mas não foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.

Se Deus é a consciênda do Universo Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci é a mãe dos vegetais.

Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação. Tínhamos Política que é a ciência da distribuição. E um sistema social-planetário.

As migrações. A fuga dos estados tediosos. Contra as escleroses urbanas. Contra os Conservatórios e o tédio especulativo.

De William James e Voronoff. A transfiguração do Tabu em totem. Antropofagia.

O pater famílias e a criação da Moral da Cegonha: Ignorância real das coisas+ fala de imaginação + sentimento de autoridade ante a prole curiosa.

É preciso partir de um profundo ateísmo para se chegar à idéia de Deus. Mas a caraíba não precisava. Porque tinha Guaraci.

O objetivo criado reage com os Anjos da Queda. Depois Moisés divaga. Que temos nós com isso?

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade.

Contra o índio de tocheiro. O índio filho de Maria, afilhado de Catarina de Médicis e genro de D. Antônio de Mariz.

A alegria é a prova dos nove.

No matriarcado de Pindorama.

Contra a Memória fonte do costume. A experiência pessoal renovada.

Somos concretistas. As idéias tomam conta, reagem, queimam gente nas praças públicas. Suprimarnos as idéias e as outras paralisias. Pelos roteiros. Acreditar nos sinais, acreditar nos instrumentos e nas estrelas.

Contra Goethe, a mãe dos Gracos, e a Corte de D. João VI.

A alegria é a prova dos nove.

A luta entre o que se chamaria Incriado e a Criatura – ilustrada pela contradição permanente do homem e o seu Tabu. O amor cotidiano e o modusvivendi capitalista. Antropofagia. Absorção do inimigo sacro. Para transformá-lo em totem. A humana aventura. A terrena finalidade. Porém, só as puras elites conseguiram realizar a antropofagia carnal, que traz em si o mais alto sentido da vida e evita todos os males identificados por Freud, males catequistas. O que se dá não é uma sublimação do instinto sexual. É a escala termométrica do instinto antropofágico. De carnal, ele se torna eletivo e cria a amizade. Afetivo, o amor. Especulativo, a ciência. Desvia-se e transfere-se. Chegamos ao aviltamento. A baixa antropofagia aglomerada nos pecados de catecismo – a inveja, a usura, a calúnia, o assassinato. Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.

Contra Anchieta cantando as onze mil virgens do céu, na terra de Iracema, – o patriarca João Ramalho fundador de São Paulo.

A nossa independência ainda não foi proclamada. Frape típica de D. João VI: – Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.

Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.

OSWALD DE ANDRADE Em Piratininga Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha." (Revista de Antropofagia, Ano 1, No. 1, maio de 1928.)

* "Lua Nova, ó Lua Nova, assopra em Fulano lembranças de mim", in O Selvagem, de Couto Magalhães

Oswald de Andrade alude ironicamente a um episódio da história do Brasil: o naufrágio do navio em que viajava um bispo português, seguido da morte do mesmo bispo, devorado por índios antropófagos.

***Assisti hoje ao espetáculo Macumba Antropófaga do grande e tão falado Zé Celso e os meus poros foram abertos e pra fechar não há remédio.